quinta-feira, agosto 13, 2009

FÓRMULA 1


Adrian Campos, chefe da equipe CAMPOS que debutará na F1 em 2010, afirmou que Bruno Senna é o principal favorito a vaga na equipe.
Falando à rádio Cadena SER, Campos voltou a ressaltar que pretende contar com um piloto experiente e um novato. Enquanto Pedro de la Rosa e Marc Gené são os concorrentes à primeira vaga, o dirigente destacou o nome de Bruno como candidato ao lugar para um estreante. Segundo o espanhol, um jovem como o sobrinho do tricampeão Ayrton Senna é ideal, e o vice-campeão da GP2 em 2008 é o líder na briga pelo cockpit.
O interesse de Campos em Senna não é novo. O jornal "AS" já havia indicado o brasileiro como um dos candidatos a um lugar no time junto com o mexicano Sergio Perez, e o próprio piloto admitiu que mantém conversas com a equipe. Segundo Bruno, apenas a US F1 não manifestou interesse na sua contratação. "Não falo com a US F1, mas vou ter reuniões com Campos e Manor e com algumas equipes mais tradicionais".

STOCK CAR



As ruínas de uma grande equipe!





Paulo de Tarso afirmou em entrevista nesta semana ao site Grande Prêmio que, depois do acidente que destruiu os equipamentos e três carros da Action Power, vai deixar o automobilismo; disse também que a Rede Globo não esta cumprindo com o acordo assinado com as equipes, como as transmissões das provas, com isso esta afastando os patrocinadores e tornando o espetáculo pobre.
Veja na íntegra a entrevista do ex-piloto e empresário:

"Para mim, chega". Esta foi a decisão de Paulo de Tarso após o incêndio que consumiu três carros e toda a estrutura da Action Power na madrugada do dia 6 de julho na Régis Bittencourt, quando o time voltava para Curitiba depois da vitória em Interlagos, no domingo. A perda e a oficina vazia motivaram o patriarca do clã dos Marques a deixar o automobilismo nacional, ao menos como chefe e mantenedor de equipe.
Paulo revelou em detalhes as razões para tal decisão. Além disso, Tarso também falou sobre os prejuízos, avaliados em quase R$ 3 milhões, contou que não recebeu ajuda da Stock Car e até deu conselho para que ninguém entre no automobilismo.
Vou deixar, sim. Na realidade, é bastante desgastante você ter um trabalho de longa data, construir uma equipe e levá-la para frente com dificuldades, porque o automobilismo é bastante ingrato. Você tem 99% de decepção e 1% de alegria, e ver tudo isso se desmanchando em um momento só, é difícil", afirmou Paulo, ao ser questionado sobre a decisão de encerrar as atividades como chefe de equipe."Foi tudo destruído. E agora para reconstituir tudo isso é uma outra história. Fiquei um pouco afastado de tudo para tomar essa decisão. Como tenho uma vivência nos Estados Unidos, viajei para lá e passei uns 20 dias refletindo sobre tudo que havia acontecido e a conclusão foi de que, para mim, já chega disso tudo", completou.

Perguntado se o caminho tomado agora realmente era definitivo, Tarso declarou:
"O automobilismo é um vício. E a gente, na verdade, nunca deixa de ver. Vê na televisão, e os amigos são do meio. Por prazer, até gostaria de participar de uma corrida de endurance aqui no Brasil ou nos Estados Unidos. Mas como dono de equipe, manager (empresário), que é o que fazia até agora, isso eu não quero mais", desabafou.De Tarso não mediu precisamente os prejuízos. "Mas tinham três carros, além da carreta, claro. Também tínhamos ferramentas, material de precisão e equipamentos eletrônicos. Então, para reconstruir tudo aquilo, nós precisaríamos de cerca de R$ 3 milhões e mais uns seis meses de trabalho para repor, porque os componentes mecânicos e técnicos não são coisas que podemos adquirir facilmente no mercado."Por ser só a JL a fabricante, "não tínhamos carros disponíveis para que nós pudéssemos disputar essa corrida de domingo, por exemplo". "Aí você pensa em outras coisas, como molas, materiais de medição, de telemetria, geometria, equipamentos de box. Quer dizer, são coisas que você vai comprando ao longo dos anos e em outros países. Mesmo que eu tenha todo esse dinheiro em mãos hoje, não conseguiria comprar tudo aquilo. Além disso, muita coisa foi feita artesanalmente, com tecnologia própria, como a construção do carro, que foi feito com material para isolamento térmico, acústico e de segurança", ressaltou.
Indagado sobre as causas do acidente e se houve alguma tentativa de ajuda por parte da Stock Car, Tarso respondeu que:
"Os levantamentos que foram feitos pela Polícia Rodoviária Federal, pela companhia de seguro e pelos peritos que nós mandamos verificar no local chegaram à conclusão que o motorista da carreta utilizou muito os freios traseiros na descida da serra, o que causou o superaquecimento dos freios e pegou fogo, e isso se espalhou para os pneus.""Rapidamente queimou tudo porque dentro existiam mais pneus, combustível, borracha, fibra de vibra, e não teve nem jeito de combater isso. Muita gente tentou ajudar, mesmo a empresa responsável pela rodovia, mas não foi possível pelo que me disseram. Tanto que ficou tudo lá na estrada. Não veio nada para cá (Curitiba). E eu fiquei sabendo pela manhã, na segunda-feira. Nós tínhamos uma reunião aqui em Curitiba, quando me ligaram. A falta de informação aumentou ainda mais o nervosismo. Nós ficamos sem nada, depois daquela vitória em Interlagos. É triste", revelou.A Stock Car não ajudou em nada, financeiramente. "Não houve esse tipo de negociação", contou. "O que existiu, lógico, foi o sentimento de solidariedade da organização, das outras equipes e dos patrocinadores. Mas quando chega no aspecto financeiro tudo fica mais difícil, inclusive os acordos, porque as contas continuam. O carro, por exemplo, é pago em parcelas, e nós temos de pagá-las ainda. Temos de pagar os motores que queimaram, porque os motores não são nossos. Os pneus que estavam lá", contabilizou.
Paulo de Tarso também revelou que patrocinadores fugiram da Stock Car por conta da fraca divulgação dos eventos. Segundo o agora ex-dirigente, a TV Globo, que é responsável pela transmissão da categoria, não cumpriu o que prometeu."Nós fomos bastante prejudicados nas quatro primeiras corridas. A emissora não colocou no ar aquilo que deveria ter colocado. Não divulgou aquilo precisava ser falado. E os patrocinadores estão insatisfeitos, porque não tiveram o retorno esperado", falou Paulo. "Aí esperamos pela cobertura ao vivo das provas, mas a cobertura está muito inferior ao do ano passado, em volume e em material de jornalismo. E é isso que movimenta o mercado. Quando você fala com o patrocinador, ele diz 'peraí, não foi isso que eu comprei'. E isso vai prejudicar agora, na hora de renegociar os patrocinadores", contou.Questionado sobre os contratos com a TV Globo, Tarso declarou que o canal carioca não honrou os compromissos assumidos."Sempre existe uma negociação entre o organizador, que é a Vicar, e a Globo. A gente (equipes) participa um pouco. E eu participei de uma reunião com a diretoria da Globo, na presença do Carlos Col, de algumas equipes e de alguns pilotos. E eles se comprometeram a passar 20 minutos do evento em compacto, no dia e hora da corrida, nas primeiras quatro etapas. Mas o final da prova seria ao vivo. Eles resumiriam a primeira parte da corrida e finalizariam com uma parte ao vivo. Mas não fizeram nada. As corridas que passaram foram uns dois minutos de cada, que ninguém entendeu nada, e isso gerou uma revolta entre os patrocinadores. Agora, as provas passam ao vivo, melhorou um pouco, mas não está como era", ressaltou."Antes, evento era bastante divulgado nos telejornais, no 'Jornal Nacional', no jornal do meio-dia, 'Esporte Espetacular', mostravam o piloto e o carro. A classificação passava no sábado. Hoje, se o piloto não estiver na frente, não aparece. Veja essa corrida de Salvador. Apareceu quem bateu e os cinco primeiros. O resto não aparece. Além disso, quando o piloto dá uma entrevista, fecham no rosto do cara e não aparece nada. Quer dizer, é um trabalho que vai contra o divulgador e contra o patrocínio, quando na realidade um precisa do outro. E isso é inaceitável.""O espaço da Stock Car é bem pago. Não é espontâneo, é comprado pelos patrocinadores que divulgam naquele horário. Então, é uma revolta da categoria inteira. Como é que vai tornar a coisa viável dentro dos custos de hoje em dia, se não tem o retorno necessário? Hoje o patrocinador avalia muito bem onde investir. E se você não tem como garantir que a marca vai aparecer, sai perdendo. Por exemplo, em Salvador, quem andou no pelotão intermediário, não apareceu".
Quanto a crise na Stock Car e no automobilismo brasileiro em geral ele disse o seguinte:
"Para mim, o progresso do automobilismo foi muito pequeno aqui no Brasil. Acho que passamos muito tempo com uma confederação bastante estagnada, que não criou novidades. Por exemplo, não temos mais categorias de base. Acabou tudo. Não existe mais a F-Chevrolet, a F-Renault. Hoje não existem competições de baixo custo no Brasil. O que temos é o kart, que é caríssimo. Além disso, é uma exploração, eles praticamente matam a maioria dos jovens pilotos e dos pais desses pilotos. E não formam competidores. E hoje o nosso automobilismo está fundamentado basicamente na Stock Car e na F-Truck", explicou Paulo ao ser questionado sobre o desenvolvimento do esporte."Mas o automobilismo mesmo, de formação, não tem, e isso é muito ruim. Temos aí a Copa Vicar e a Pick-up, mas é insuficiente, se você pegar o número de pilotos que estão à procura de um lugar. Por exemplo, a Argentina é um país muito menor, mas tem campeonatos fortes, com equipes grandes e patrocinadores fortes, onde tudo funciona", continuou."Hoje, por exemplo, na Stock Car o orçamento previsto no início do ano era de um R$ 1,5 milhão por carro para fazer a temporada deste ano. Cerca de R$ 3 milhões para cada equipe. Algumas conseguiram atingir esse número, mas 50% dela não têm esse valor, por isso alguns pilotos devem deixar o campeonato antes do final. Além disso, coincidiu o lançamento desse novo carro, que é caro, com peças de reposição muito caras, com a crise financeira. E esse momento de crise tirou os grandes patrocinadores, esvaziou a categoria. Só ficaram aqueles que haviam fechado contrato antes de outubro passado, quando não tínhamos esse cenário ruim. Hoje as equipes estão muito enfraquecidas financeiramente", revelou.Paulo admitiu que "tem gente vendendo carro e casa para manter os carros no grid". "Não é um panorama bonito. É sombrio. Por isso, temos de acreditar em uma melhora no setor econômico e em uma reavaliação dos custos da categoria. Por exemplo, o que aconteceu com a minha equipe. Acaba mesmo, derruba. Hoje as equipes não têm sobras. Vivem atrás de patrocínio por corrida. Tira daqui, põe ali. Eu creio que metade do grid não tem todo esse orçamento. E agora não é mais época de se negociar patrocínio. Daqui a duas ou três semanas, já se começa a fechar contratos para 2010. Além disso, a economia ainda não deu sinais de progresso, de aquecimento", acrescentou."Aqui o dono de equipe e o piloto são desempregados. Estão sempre atrás de patrocínio, sem saber o que vai acontecer para frente. Por exemplo, esse ano bons pilotos ficaram fora, como Ruben Fontes, Hoover Orsi, Juliano Moro, Julio Campos. E a situação começa a ficar preta quando chega a hora de você vender um produto que foi mal entregue. A reciprocidade não foi aquela que esperávamos e que os patrocinadores também esperavam. Houve uma queda na qualidade de transmissão, de apresentação, quer dizer, de mostrar o evento. E na contramão disso tudo tivemos a crise econômica e a elevação dos custos na categoria", afirmou.
Fonte Site (GP)
Nota do GTA:
É uma pena ver um grande piloto e empresário desiludido a esse ponto, mas ele não deixa de ter razão, hoje em dia o automobilismo, principalmente no Brasil esta em segundo plano e a mercê de poucas pessoas que não fazem nada para que este esporte evolua e seja difundido como mereçe!