sexta-feira, janeiro 15, 2010

AUTOMOBILÍSMO NACIONAL - O PODER DOS CARTOLAS CONTINUA...

MANDA QUEM TEM PODER...

"Olhem só a matéria extraída de um blog famoso a respeito da 'ditadura' que aconteçe no automobilísmo nacional!

Foi nos primeiros dias de abril de 2008 que veio ao meu conhecimento uma história de que a Vicar, respaldada ou incentivada pela TV Globo, havia traçado por linhas não tortas como regra, a cláusula 7ª de um tal “Contrato de credenciamento e outras avenças”, o veto da participação de qualquer piloto da Stock Car em qualquer categoria do automobilismo brasileiro que não fosse transmitida pelo sistema Globo — o que incluía o SporTV. Na prática, então, a regra impedia que um piloto da Stock Car também corresse na F-Truck, atualmente produto da TV Bandeirantes.

Literalmente, a malfadada e mal-escrita cláusula sétima era isto: “Os eventos, provas e treinos, (sic) são alvo de transmissão e reportagens, que irão ao ar através de sinal de empresas detentoras dos direitos de exibição em TV aberta, TV fechada, internet ou outros meios analógicos ou digitais, ficando vetada a participação dos piloto (sic) da Copa Nextel Stock Car [V8], (sic) em campeonatos nacionais de outras categorias que tenham transmissão ao vivo ou em VT, em outras emissoras de TV aberta, TV fechada ou internet que não as detentoras dos direitos de exibição.”

Consultei gente da Globo e da Vicar. Carlos Col confessara ser uma “imposição da Globo”; a Globo devolveu com um “isso é negócio da Vicar”. E falei com o então presidente da CBA, Paulo Scaglione, que disse à época que mal sabia da existência daquele efeito proibidor. “A CBA não aceita qualquer tipo de restrição à carreira do piloto. O promotor e o patrocinador não têm poder para exigir isso, e nós não aceitamos. A função do promotor é promover, e as funções técnicas e desportivas são exclusividade da CBA. E esta questão é desportiva”, disse o ex-dirigente.

No fim das contas, faltando três dias para o início do campeonato da Stock, a cláusula foi derrubada. Só que Col não a derrubava ad eternum. “No futuro pode ser que exista um tipo de situação que tenha que acordar com a Globo e com os pilotos. Para este ano, a regra era inócua”, salientou.

Teve quem me dissesse que a Truck fazia a mesma coisa. O caso acabou morrendo ali.

Pouco menos de dois anos depois, a regra de exclusividade torna a ser assunto. Só que desta vez, teve efeito prático. Agiu contra um piloto que queria correr na F-Truck, e que só não fechou contrato por a gloriosa categoria dos caminhões impediu. O piloto é Antonio Pizzonia.

A Truck não disponibiliza seu regulamento no site oficial, nem fala abertamente destes contratos paralelos. Sabe-se, no entanto, que há um item que proíbe o piloto de participar de qualquer outro campeonato, não só no Brasil, mas no mundo. Pizzonia negociava um lugar de Djalma Fogaça, a DF Motorsport, com um caminhão Ford. Diversos pilotos, inclusive, fariam testes pela equipe. Fogaça abriu mão destes testes só para ter o amazonense, que pretendia conciliar suas atividades com a Superliga.

Daí foram conversar com a Truck para resolver a situação. Não resolveu. A categoria reiterou o veto. Por isso Pizzonia teve de continuar na Stock. Dias antes do Natal, Antonio assinou contrato com a Hot Car, de Amadeu Rodrigues, penúltima colocada no campeonato de 2009.

À Ford e a Fogaça restaram procurar outro nome de peso. Foi sugerido o nome de Bruno Junqueira. Djalma conversou com Pedro Aquino, diretor da montadora, e consultou os demais diretores envolvidos. O processo todo, entre a indicação e a aprovação do nome de Junqueira, levou menos de 10 minutos. Junqueira será companheiro de Danilo Dirani.

E este é mais um capítulo que demonstra o porquê de o automobilismo brasileiro estar assim. Muitas cabeças pensantes (?) apenas nos umbigos palmos abaixo de si.
Fonte(GP) Blog do Victor Martins

Infelizmente é assim mesmo que funciona...