sábado, outubro 10, 2009

FÓRMULA INDY-FINAL

Franchitti viu os rivais Ryan Briscoe e Scott Dixon abrirem vantagem, mas se fez uma parada a menos e venceu em Homestead, conquistando seu segundo título.
Dario Franchitti foi genial em Homestead. Genial. Como o mais frio dos estrategistas, deixou os rivais Ryan Briscoe e Scott Dixon dispararem na frente, se aproximarem até de aplicar uma volta de vantagem, mas, economizando combustível, fez uma parada a menos e se sagrou bicampeão da Indy. O escocês, pole, manteve a ponta nas primeiras voltas, mas, já adotando ritmo mais lento, logo foi ultrapassado por Briscoe e Dixon. A distância para os dois líderes, que brigavam palmo a palmo, só crescia. Ryan vinha em ritmo enlouquecedor: na volta 80, já havia aberto uma volta de diferença para todos os pilotos até o quarto colocado, Tony Kanaan. À medida que a prova prosseguia, as calculadoras eram ligadas nas tendas das equipes: se Briscoe vencesse e Dixon liderasse mais voltas, o neozelandês seria o campeão, já que os dois empatariam em pontos, mas o número de vitórias desempataria a contenda. Aos poucos, porém, Briscoe não deu mais espaço para suspeitas: entre ele e Scott, o título seria, certamente, australiano. Adotando uma linha ousada nas curvas, sempre andando muito próximo do muro, Ryan chegou a 71 voltas lideradas no giro 164, tornando-se o campeão àquele momento. Mas, em uma corrida atípica — não houve bandeiras amarelas —, o vencedor havia de sair de uma ideia diferente. E assim aconteceu.A corrida já estava na fase "quantas voltas faltam", e nada de Dario fazer a quarta parada nos boxes. Na marca das 180 de 200 passagens, a atriz e esposa Ashley Judd, como se soubesse de todo o plano, se encaminhou para o muro da pista. De lá, viu uma das vitórias mais espetaculares da história recente da categoria. E sem photochart — maneira que os norte-americanos mais gostam.Após levar a taça em 2007 pela Andretti Green, Dario quis um novo desafio e foi para a Nascar. Não chegou ao fim da temporada. De volta aos monopostos, agora na Ganassi, mostrou que, no automobilismo estadunidense, seu lugar é na Indy. O piloto ainda tornou realidade um dado curioso: no dia 10/10, o carro de número 10 chegou à décima vitória da Ganassi na temporada. A nota para sua atuação? Vocês decidem...Os brasileiros também tiveram o que comemorar: Kanaan, saindo do 15º posto, provou que valeu a pena usar os treinos livres exclusivamente para trabalhar no acerto de corrida e terminou em quarto. Helio Castroneves seguiu o baiano e foi o quinto. Mario Moraes foi outro que, apesar de um lugar ruim no grid — partiu em décimo —, conseguiu se recuperar: acabou em sétimo.Raphael Matos foi o 14º. "Motivo para comemorar?", pode perguntar o leitor. O piloto da Luczo Dragon assegurou o prêmio de melhor novato do ano, com 312 pontos e 13º colocado na classificação final. De quebra, leva para casa um prêmio de US$ 25 mil — cerca de R$ 43 mil.